Crítica: Dunkirk (2017)


Título :Dunkirk 
Direção: Christopher Nolan
Gêneros: GuerraHistóricoDrama
Nacionalidade: EUAFrançaReino UnidoHolanda
Elenco: Fionn Whitehead, Jack Lowden, Harry Styles ,Aneurin Barnard ,James d'Arcy, Barry Keoghan , Kenneth Branagh e Cillian Murphy

Sinopse:Na Operação Dínamo, mais conhecida como a Evacuação de Dunquerque, soldados aliados da Bélgica, do Império Britânico e da França são rodeados pelo exército alemão e devem ser resgatados durante uma feroz batalha no início da Segunda Guerra Mundial. A história acompanha três momentos distintos: uma hora de confronto no céu, onde o piloto Farrier (Tom Hardy) precisa destruir um avião inimigo, um dia inteiro em alto mar, onde o civil britânico Dawson (Mark Rylance) leva seu barco de passeio para ajudar a resgatar o exército de seu país, e uma semana na praia, onde o jovem soldado Tommy (Fionn Whitehead) busca escapar a qualquer preço.

                                                     Crítica
                                            
Imaginem o seguinte  cenário: Nove meses após o início da Segunda Guerra Mundial era maio de 1940, milhares de soldados em sua maioria britânicos estão encurralados por céu, terra e mar na costa da cidade de Dunquerque ao norte da França, num já aguardado filme sobre a operação de resgate desses soldados. É esse o pontapé da trama que o renomado diretor e aqui também roteirista Christopher Nolan se aventura e surpreende em seu retorno as telas dos cinemas desde o hypado que divide a classe cinéfila  Interestelar (2014). 

Sem utilizar muitos efeitos especiais Nolan constrói uma atmosfera verossímil de guerra, em que cada cena de explosões e tiros os sons emitidos parecem tão reais, a trilha sonora é uma coisa a parte de tão perfeitamente encaixadas em cada cena e em muitos momentos elevando ao máximo a tensão e desesperança compartilhada por cada um dos personagens. Outro aspecto que merece atenção é a fotografia cinzenta e fria que não sei dizer ao certo se foram responsáveis pelo meu repentino frio na sessão, mas de qualquer forma estão bem representados na história sobre a estética tornando bem fácil pra quem assisti adentrar na trama, o tom é apático e não tem cores vivas como se os sentimentos dos personagens estivessem sendo transpostos através dessa ausência. 

Me surpreendi pela temática escolhida pelo diretor e pela forma que escolheu contar sobre esse resgate através de três perspectiva diferentes: Dois jovens britânicos que estão fazendo de tudo para voltar para casa, um pai determinado, seu jovem filho e amigo que convocados pela coroa britânica para ajudar seus compatriotas embarcam rumo a Dunquerque e um trio de soldados que pelo ar tentam abater e proteger-se com poucos recursos das tropas alemãs. 


O roteiro funciona muito bem em torno dessa divisão e há tempo em tela suficiente para cada um dos personagens, onde eu destacaria para minha surpresa o jovem e estreante na atuação, o eterno one direction Harry Styles na pele de um jovem soldado que não medirá esforços para garantir que chegue são e salvo em casa, é dele também uma das cenas mais tensas da trama junto com os outros dois soldados num embate sobre a vida de quem vale mais e como determinar isso soltando em resposta "a sobrevivência não é justa" o popstar desaparece dando lugar a um jovem que em tão pouco tempo de vida já viu tanta morte e miséria e se apega talvez a uma vaga lembrança de casa. Tom Hardy em mais uma parceria com Nolan entrega uma performance precisa e bem construída, sem mostrar o rosto em grande parte das cenas (poxa Nolan, nesse ponto aí precisamos conversar!rs) interpretando um aviador experiente que em nenhum momento se desvia do objetivo traçado de proteção da costa (missão dada é missão cumprida vibes!). E o senhor com dois jovens sem a menor vivência de guerra dispostos a ajudar como puderem denunciam ao público que tempos de guerra como aqueles podiam também aflorar o melhor do homem como a solidariedade.


É um grande filme e mais que apenas uma película sobre guerra pois não tem seu foco nos conflitos entre os países inimigos, não mostra as terríveis mortes, sangue e sequências ultra barulhentas para ajudar o público a ter uma prova experimental do que estava acontecendo, mas faz isso através dos sons muito bem orquestrados e precisos dando todo o tom dramático, criando uma atmosfera de desolação e tensão  quando combinados com a cor quase gélida que transporta a gente para o frio que deviam ter sentido estando sei lá quantos dias com as mesmas roupas/sapatos e quão angustiante é  quando só o que pode fazer é esperar pelo resgate, torcendo para para aquilo tudo acabar logo. Eu também fiquei surpresa em como sendo um filme sem apelos e armadilhas sentimentais e dramáticas ainda assim me percebi tocada ao final do filme e fiquei pensando em como uma situação como aquela que tinha tudo para fracassar e ser uma vergonha nacional, se tornou um misto agridoce de afeto e esperanças para uma nação, a cena no trem mostra bem o que acabei de dizer, não direi mais para evitar spoilers.


Nolan segue sendo um dos diretores mais interessantes em atividade, só ele para transformar uma até então derrota numa história épica de redenção.

                                        Por: Ana Paula Santos

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