Resenha: BilionĂ¡rios por Acaso | Ben Mezrich


TĂ­tulo: BilionĂ¡rios por Acaso - A CriaĂ§Ă£o do Facebook
GĂªnero: Biografia 
Autor: Ben Mezrich 
Editora: IntrĂ­nseca
Ano: 2010 
PĂ¡ginas: 232 
Onde comprar:  Saraiva | Amazon

ClassificaĂ§Ă£o: 

               Sinopse

A histĂ³ria de dois estudantes de Harvard que criam a rede social mais popular do mundo: o Facebook!


                                                          Resenha 

BilionĂ¡rios por acaso se tornou um sucesso de vendas e originou o filme A Rede Social (The Social Network, 2010), ganhador de trĂªs Oscars em 2011! O livro Ă© um best-seller do The New York Times e possui uma narrativa cheia de relatos sobre o brasileiro Eduardo Saverin, o americano Mark Zuckerberg e como ambos fundaram o Facebook. O escritor Ben Mezrich teve ajuda por vezes relutantes, de fontes ligadas aos acontecimentos narrados, mas algumas preferiram permanecer anĂ´nimas.  

De vĂ¡rios eventos citados pelo autor, alguns envolvidos (talvez o prĂ³prio Mark e Saverin) dizem haver controvĂ©rsias. Mas, como o prĂ³prio Ben Mezrich diz: “Tentei recriar uma cena a partir das lembranças de dĂºzias de fontes.” A expectativa dos jovens protagonistas em levar adiante aquele site genial e transformar em algo gigante e acessĂ­vel para todos por meio da internet, nĂ£o foi em vĂ£o. Com certeza isso deu certo! Em junho de 2017, o Facebook comemorou a marca de 2 BILHĂ•ES DE PESSOAS inscritas na rede. Mas, para chegar a esse nĂºmero, muita coisa aconteceu e Ă© isso que mostra esse incrĂ­vel livro.

Mostrando Eduardo Saverin, um estudante de Economia junto do gĂªnio da informĂ¡tica Zuckerberg como dois nerds esquisitos na Universidade de Harvard, a histĂ³ria segue para o X da questĂ£o: como foi criado o Facebook? Bom, enquanto Eduardo queria se encaixar e entrar em um grupo famoso (Phoenix) da Universidade, Mark sĂ³ gostava de ficar na frente do computador. Ambos nĂ£o tinham tanta sorte com as garotas. Certa noite, bĂªbado e com raiva da sua ex-namorada, Mark decidiu invadir o banco de dados de todas as irmandades do campus e fazer um site chamado Facemash com um algoritmo incrĂ­vel. 

Por base de eliminaĂ§Ă£o e usando o banco de dados, o site tinha as fotos de todos os alunos de Harvard e exibindo sempre duas fotos, os usuĂ¡rios poderiam votar nas pessoas mais bonitas. Tudo isso, em apenas uma noite e sem o consentimento do uso de imagem de nenhuma dessas pessoas. Ou seja, ele desenvolveu um algoritmo Ăºtil, Ă¡gil e reutilizĂ¡vel para uma ideia estupidamente desrespeitosa enquanto “blogava” o que ia fazendo e falando mal da ex-namorada.

“Queria colocar essas fotos ao lado de fotos de cabeças de gado e pedir para as pessoas votarem em quem Ă© mais bonito.” - Mark Zuckerberg segundo o livro BilionĂ¡rios por Acaso, PĂ¡gina 43.

O site tornou-se famoso, causou pane nos servidores da Universidade pela enorme quantidade de usuĂ¡rios em poucas horas. Isso custou em seguida uma puniĂ§Ă£o e graças a boa argumentaĂ§Ă£o de Mark, nĂ£o foi expulso de Harvard. Um ponto positivo do livro, assim como Ă© mostrado no filme, Ă© essa habilidade que Mark possui em situações onde Ă© atacado: utilizar bons argumentos em sua prĂ³pria defesa.

Certo dia, sabendo da “fama” de Mark, os irmĂ£os gĂªmeos Tyler e Cameron Winklevoss junto de seu amigo Divya Narendra, resolvem apresentar uma ideia para Zuckerberg. O Harvard Connection, seria um website de exclusividade para alunos de Harvard e sua marca era a criaĂ§Ă£o de perfis para os estudantes que poderiam ser acessados uns pelos outros. Isso te lembra alguma coisa? O trio possuĂ­a a ideia e o dinheiro, mas nĂ£o o programador. Por isso, procuraram Mark que aceitou ajudar no desenvolvimento. O problema Ă© que Mark abandonou o projeto  Harvard Connection e nĂ£o avisou ao trio disso, apenas ficou “enrolando” com emails dizendo que estava enfrentando problemas na criaĂ§Ă£o, mas na verdade estava desenvolvendo seu projeto pessoal: o Facebook. 

“Permaneço um pouco cĂ©tico a respeito de o site nĂ£o ter funcionalidade suficiente para conquistar a quantidade necessĂ¡ria de usuĂ¡rios para mantĂª-lo no ar[...]” - Parte de um email enviado por Mark para Cameron. PĂ¡g. 83 e 84.

PĂ¡gina do Facebook em 2005
Mark Zuckerberg desenvolveu othefacebook em termos de cĂ³digo, passando noites e noites de frente para a tela do computador. Tinha a ajuda de dois amigos para manter o site no ar e nas finanças, quem dava o suporte como sĂ³cio era Eduardo. O problema nunca foi trazer usuĂ¡rios para a rede, que desde o princĂ­pio sempre foi atrativa para as mais diversas pessoas. Se tratava de dinheiro para as manutenções, servidores e para o pagamento dos amigos que ajudavam no site. Eduardo entĂ£o desde o princĂ­pio era sĂ³cio e dono de 30% do Facebook caso um dia se tornasse uma bem sucedida empresa. Mark dono de 65% e os outros 10% eram divididos para os outros dois amigos, 5% para cada um.

Usando os fragmentos de emails entre os irmĂ£o Winklevoss, Divya e Mark para enfatizar os acontecimentos passados, o autor recheia a histĂ³ria com fatos e materiais que ele conseguiu. Mais pra frente, com o sucesso do thefacebook.com apenas entre usuĂ¡rios de diversas universidades consagradas, os irmĂ£os percebem que foram deixados de lado e se sentem enganados por Mark. O que vira motivo para futuramente se tornar uma briga judicial. VocĂª talvez esteja pensando: “Mark praticamente roubou a ideia do Harvard Connection!”. Tudo depende de ponto de vista. Hoje, praticamente todas as redes sociais possuem os mesmos objetivos que o Facebook ou do Orkut (lembram?), a diferença Ă© o design e a FUNCIONALIDADE de cada um que os tornam Ăºnicos. Ouso comparar o Telegram e o WhatsApp por exemplo.

Bom, com originalidades a parte, no livro tambĂ©m conta a influĂªncia do cofundador do Napster, Sean Parker nas decisões de Zuckerberg em relaĂ§Ă£o a parte financeira do thefacebook. Mark, Eduardo e sua namorada, conheceram Parker em uma jantar. Eduardo sempre teve a ideia de colocar anĂºncios no site para render dinheiro. Mas, Sean com o objetivo de se exibir para Mark, diz que os anĂºncios seriam ruins e ainda deu a ideia de tirar o The do nome - deixando apenasFacebook. O irĂ´nico Ă© que atualmente o que mais se vĂª no Facebook Ă© a quantidade enorme de anĂºncios.

As ideias para tornar o Facebook uma empresa Ă© sustentada por Eduardo, que vai a procura de anunciantes em Nova Iorque. Enquanto isso, Mark vai para a CalifĂ³rnia jĂ¡ com estagiĂ¡rios e acaba encontrando Sean Parker. Com seu modo influenciador ativado, Sean conquista Mark com seu jeito revolucionĂ¡rio de pensar. Ele praticamente se infiltra no projeto e começa a mudar as decisões tomadas por Eduardo que estĂ¡ ausente.

A partir daĂ­, Eduardo se sente traĂ­do por Mark. Deixar Sean, um “cara de fora” dar pitacos e colocar de escanteio seu melhor amigo, enquanto o mesmo empenhado estava buscando por anunciantes, nĂ£o parecia traiĂ§Ă£o para Mark. Eduardo irritado, congela as contas bancĂ¡rias no qual ele tinha acesso e que fornecia capital para o Facebook.

Com o passar do tempo, Eduardo combina com Mark que continuaria como sĂ³cio majoritĂ¡rio e que precisava viajar para focar em sua carreira. Mas, ele vai ficando cada vez mais sem voz na empresa que jĂ¡ possuĂ­a uma sede toda customizada e agradĂ¡vel. Com Sean Parker como braço direito de Zuckerberg, Eduardo novamente se sentiu traĂ­do quando Mark decidiu o tirar da empresa.

No mundo da tecnologia e dos negĂ³cios, histĂ³rias semelhantes a essa sempre ocorrem. Ideias todos nĂ³s temos, Ă s vezes a mesma que outra pessoa do outro lado do mundo. Mas, botĂ¡-las em prĂ¡tica, aprimorando e desenvolvendo cada parte e literalmente CRIAR algo novo, diferente de tudo que existe, Ă© para poucos. O problema disso, Ă© que depois que a criaĂ§Ă£o torna-se incrĂ­vel e popular, sempre surgem diversas pessoas querendo parte na autoria ou do dinheiro. A diferença Ă© que no caso do Facebook, Eduardo Saverin era sĂ³cio investidor de todo o projeto. Ele estava ali desde o inĂ­cio e 30% do Facebook eram dele. Sem o dinheiro investido inicialmente, nada teria funcionado como Mark esperava. Saverin sĂ³ queria o devido reconhecimento.

A briga judicial para Eduardo ser reconhecido como cofundador do Facebook e os processos dos irmĂ£os Winklevoss contra o Mark desenrolam essa histĂ³ria sobre a criaĂ§Ă£o da gigante rede social. Em 2008, Eduardo conseguiu seu reconhecimento com o tĂ­tulo de cofundador do Facebook que hoje Ă© um fenĂ´meno global. Atualmente, a maior rede social tecnolĂ³gica do mundo vale mais de 200 bilhões de dĂ³lares! A empresa tambĂ©m Ă© dona dos aplicativos WhatsApp e Instagram, que Mark comprou por valores na casa de bilhões.

PĂ¡gina por pĂ¡gina Ă© como se eu estivesse lendo o roteiro do filme, o que mostra que foi uma incrĂ­vel adaptaĂ§Ă£o cinematogrĂ¡fica no que diz respeito aos fatos narrados. Contada de forma dramĂ¡tica, foram utilizadas vĂ¡rias entrevistas, fontes e pĂ¡ginas de documentos como registros de ações judiciais para a construĂ§Ă£o da histĂ³ria. Cheia de reviravoltas, o livro Ă© uma boa indicaĂ§Ă£o para as pessoas que vivem conectadas entenderem a histĂ³ria da rede e um bom influenciador para aqueles que sonham em ter uma startup de sucesso!

                                              Veja o booktrailer abaixo:

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